INTRODUÇÃO
No ano de 2019 comemoraram-se os 30 anos de estudos das propriedades vibracionais e estruturais de cristais de aminoácidos no Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará. A ideia era fazer um seminário comemorativo coincidindo com a entrega do título de Professor Emérito ao Prof. Francisco Erivan de Abreu Melo, que foi o pioneiro nesse tipo de estudo no Departamento de Físcia da Universidade Federal do Ceará. Em virtude da entrega do título ter sido postergada para o ano seguinte, resolveu-se também postergar o seminário. Entretanto, com a ocorrência da epidemia do novo coronavírus, dificilmente será possível reuniões com dezenas de pessoas nos próximos meses e, por conta disso, não sabemos quando teremos o seminário citado. Mas, em linhas gerais os aminoácidos são formados por um átomo de carbono – o carbono alfa – ligado a um átomo de hidrogênio, a um grupo amina (NH2), a um grupo carboxila (COOH) e a um grupo químico chamado grupo R, ou cadeia lateral. No estado sólido os aminoácidos assumem a forma de íon bipolar ou zwitterion. Alguns destes cristais apresentaram interessantes propriedades óticas não lineares, embora o interesse do ponto de vista físico esteja relacionado principalmente ao fato dos cristais da família dos aminoácidos apresentarem importantes ligações químicas do tipo hidrogênio e van der Waals. O estudo do polimorfismo, de novas fases sob condições extremas e a comparação entre as propriedades estruturais das formas D e L dos aminoácidos também são temas de estudo de interesse do Laboratório de Propriedades Vibracionais do Departamento de Física da UFC.
HISTÓRIA
1989:
O primeiro
aminoácido investigado no Laboratório de Espectroscopia Vibracional foi a
taurina (2 – amino etanosulfônico), que é uma aminosulfona encontrada como uma
molécula livre no corpo humano e envolvido em vários processos
neurofisiológicos. A taurina possui importantes funções no metabolismo e é
utilizada em muitos alimentos funcionais e bebidas ditas energéticas. Estudos
de difração de raios-X mostraram que no estado cristalino a molécula de taurina
apresenta-se em forma de um íon dipolar, zwitterion, (NH3+)CH2CH2(SO3-) e as moléculas se
unem formando a estrutura cristalina através de uma rede de ligações de
hidrogênio.
1989 - 1991:
As primeiras
tentativas de crescer o material a partir de solução aquosa foram realizadas no
ano de 1989. No primeiro trabalho desenvolvido no grupo da Universidade Federal
do Ceará investigou-se os espectros Raman polarizados do cristal em todas as
possíveis geometrias de espalhamento, bem como foram realizadas medidas de
espectroscopia Raman em baixas temperaturas e medidas de capacitância. Com
esses resultados foi defendida a primeira dissertação de Mestrado sobre o tema
no Programa de Pós-Graduação em Física da UFC, no início do ano de 1991,
intitulada "Transição de fase em monocristais de taurina", defendida
por Paulo Tarso Freire e orientada pelo Prof. Francisco Erivan de Abreu Melo.
1992 - 1996:
1995 - 1997:
1998 - 2000:
Outro cristal
de aminoácido investigado no final da década de 90 foi a L-alanina. Esse
aminoácido é o mais simples dos aminoácidos proteicos quirais tendo como
radical o grupo CH3.
Apesar dessa aparente simplicidade, o seu comportamento é bem complexo. Num
estudo levado a cabo pelo Dr. Alexandre Magno Rodrigues Teixeira, observou-se
que em torno de 2.2 GPa o cristal aparentemente sofre uma transição. Esse
estudo, realizado com o auxílio da técnica de espectroscopia Raman, foi
publicado na revista Solid State Communication no ano 2000. Alguns anos depois,
um grupo de cristalografia da Dinamarca estudou o material e sugeriu que em
torno de 2 GPa o material sofre uma transição de fase ortorrômbica à tetragonal
e, em torno de 9 GPa, uma transição tetragonal à monoclínica seria verificada.
Posteriormente, estudo feito num laboratório da Rússia sugeriu que na verdade,
o que aconteceria na pressão de 2 GPa seria apenas uma coincidência nas
dimensões de dois parâmetros de rede, o que teria induzido o pessoal da Dinamarca
a acreditar que o sistema tinha ido para uma fase tetragonal. Ou seja, em 2 GPa
o cristal teria dois parâmetros coincidentemente com as mesmas dimensões, mas
acima dessa pressão a fase continuaria sendo ortorrômbica.
2001 - 2003:
2003 - 2004:
O próximo
cristal de aminoácido estudado no Laboratório de Espectroscopia Vibracional do
Departamento de Física da UFC foi L-valina. Esse aminoácido, assim como a
L-leucina e a L-isoleucina, pode ser obtido de solução aquosa como cristais na
forma de finas plaquetas. A L-valina foi investigada inicialmente pelo Dr. José
Alves de Lima Jr., que defendeu o seu Mestrado em 2004 sob a orientação do
Prof. Paulo Tarso Freire, com título "Propriedades Vibracionais de
Cristais L-valina" e pelo Dr. João Hermínio da Silva, que defendeu uma
tese de doutorado sobre o tema em 2007, com título "Propriedades
vibracionais de cristais de L-valina a altas temperaturas e a altas
pressões", tendo sido orientado pela professora Vólia Lemos.
2003 - 2005:
2004 -2006:
2007 - 2010:
2011 -2015:
2016 -2019:
No ano de 2019 comemoraram-se os 30 anos de estudos das propriedades vibracionais e estruturais de cristais de aminoácidos no Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará. A ideia era fazer um seminário comemorativo coincidindo com a entrega do título de Professor Emérito ao Prof. Francisco Erivan de Abreu Melo, que foi o pioneiro nesse tipo de estudo no Departamento de Físcia da Universidade Federal do Ceará. Em virtude da entrega do título ter sido postergada para o ano seguinte, resolveu-se também postergar o seminário. Entretanto, com a ocorrência da epidemia do novo coronavírus, dificilmente será possível reuniões com dezenas de pessoas nos próximos meses e, por conta disso, não sabemos quando teremos o seminário citado. Mas, em linhas gerais os aminoácidos são formados por um átomo de carbono – o carbono alfa – ligado a um átomo de hidrogênio, a um grupo amina (NH2), a um grupo carboxila (COOH) e a um grupo químico chamado grupo R, ou cadeia lateral. No estado sólido os aminoácidos assumem a forma de íon bipolar ou zwitterion. Alguns destes cristais apresentaram interessantes propriedades óticas não lineares, embora o interesse do ponto de vista físico esteja relacionado principalmente ao fato dos cristais da família dos aminoácidos apresentarem importantes ligações químicas do tipo hidrogênio e van der Waals. O estudo do polimorfismo, de novas fases sob condições extremas e a comparação entre as propriedades estruturais das formas D e L dos aminoácidos também são temas de estudo de interesse do Laboratório de Propriedades Vibracionais do Departamento de Física da UFC.
HISTÓRIA
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