Alanina-L deuterada

Muitos sistemas físicos, quanto mais investigados, mais aspectos relevantes eles apresentam, o que pode produzir um quadro bastante complexo.  A alanina-L é uma boa representante dessa afirmação. Em primeiro lugar ela apresenta uma expansão térmica negativa ao longo do eixo C no intervalo de temperatura entre 2 e 300 K. Em segundo lugar ela apresenta uma dinâmica de rede não usual, resultando no que alguns pesquisadores acreditam ser uma localização de energia vibracional. Em terceiro lugar, algumas anomalias foram observadas na região entre 170 e 220 K utilizando-se diversas técnicas experimentais como NMR e permissividade dielétrica. Em quarto lugar, um estudo mostrou que a alanina-L apresenta uma transição de fase com a pressão em torno de 2,2 GPa, embora outros estudos não tenham conseguido reproduzir esse resultado e estudos adicionais apontaram para um processo de amorfização acontecendo a partir de 15 GPa. No presente trabalho apresenta-se o comportamento vibracional da alanina-L deuterada quando submetida a altas pressões. Uma comparação com a L-alanina hidrogenada também é fornecida nesse artigo. Mudanças nos modos da rede em aproximadamente 1,5 GPa apontam para a ocorrência de uma transição de fase, o que corresponde a um valor ligeiramente inferior ao que foi observado num trabalho anterior apresentado pelo nosso grupo de pesquisa. Além disso, foram observadas sutis mudanças nos espectros Raman da alanina-L deuterada em torno de 4,4 GPa, que foram interpretadas como mudanças conformacionais das moléculas na célula unitária [R. O. Gonçalves, P. T. C. Freire, H. N. Bordallo, J. A. Lima Jr, F. E. A. Melo, J. Mendes Filho, D. N. Argyriou, R. J. C. Lima, Journal of Raman spectroscopy 40, 958 – 963 (2009)].